Ecologias digitais de aprendizagem na era da Inteligência Artificial: multimodalidade, multiletramentos, tecnologia e ética
Na era da Inteligência Artificial (IA), as múltiplas ecologias de aprendizagem nas quais nos inserimos influenciam a criação de novos territórios educacionais, impactando experiências individuais e coletivas de ensino-aprendizagem em todos os níveis do sistema educacional. A partir de alguns dos desafios colocados por este contexto, neste ensaio teórico-reflexivo, buscamos tecer algumas considerações sobre as complexas relações entre multimodalidade, multiletramentos, tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) e implicações éticas do uso da IA na contemporaneidade. Para isso, contamos com suporte teórico sobre ecologias de aprendizagem (Barron, 2006; Jackson, 2013), multimodalidade e tecnologia (Canale, 2019; van Leeuwen, 2021), multiletramentos (Grupo Nova Londres, 2021; Kalantzis; Cope, 2023), contextos digitais (Jenks, 2010), territorialização (Kambeba, 2021; Leander; Vasudevan, 2011), modos de subjetivação (Foucault, 1997), cibercultura (Lévy, 2010a, 2010b), IA (Kafai; Burke, 2020; Suleyman; Bhaskar, 2023), implicações éticas (Benjamin, 1987; Diniz, 2021; Freire, 1992; Linares; Fuentes; Galdames, 2023; Peters, 2018; Santaella, 2023; Segato, 2021) e sociais associadas com seu uso (Akotirene, 2019; Almeida, 2019; hooks, 2017; Ngomane, 2022). Como reflexões preliminares, destacamos a importância da reterritorialização e de se atentar para os diferentes modos de subjetivação no contexto educacional digital, considerando aspectos éticos e sociais relevantes para a articulação de processos dinâmicos e crítico-reflexivos sobre a utilização desses avanços tecnológicos nos mais diversos setores da vida em sociedade.